quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Livros que todo grande ser humano deveria ler

Infelizmente a vida é muito curta para podermos ler tudo de bom que foi escrito pelos grandes gênios da literatura ao longo da história da humanidade. Mesmo se passássemos a vida inteira só por conta de ler - o que é praticamente impossível - morreríamos sem ler metade das obras-primas já produzidas. Pensando nisso, nossa equipe deixa aqui uma listagem bem sucinta de 20 livros escritos por grandes homens, lidos por grandes indivíduos, e disponíveis para todas as pessoas. Boa leitura!!!

20- Ratos e homens (John Steinbeck)


George e Lennie são dois amigos bem diferentes entre si. George é pequeno, porém astuto, e Lennie é grandalhão, uma verdadeira fortaleza humana, mas com a inteligência de uma criança. Só o que os une é a amizade e a posição marginalizada pelo sistema, o fato de serem homens sem nada na vida, sequer família, que trabalham de bicos em fazendas da Califórnia durante a recessão econômica da década de 30. Ganham pouco mais que comida e moradia. No caminho, encontram outros sujeitos pobres e explorados, mas também situações que colocam em risco a sua miserável e humilde existência. em Ratos e homens, Steinbeck levou à maestria sua capacidade de compor personagens tão cativantes quanto realistas e de, ao contar uma história específica, falar de sentimentos comuns a todos os seres humanos, como a solidão e a ânsia por uma vida digna.

19- Lolita (Vladimir Nabokov)


Tido como um dos livros mais polêmicos do século XX, Lolita narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que desperta seus desejos mais agudos. Polêmmico, irônico, tocante, a obra-prima de Nabokov não é apenas uma assombrosa história de paixão e ruína. É também uma viagem de descoberta pela América; é a explosão da linguagem e de seus matizes; é uma mostra da arte narrativa em seu auge. Na literatura contemporânea, não existe romance como Lolita.

18- 1984 (George Orwell)


1984 não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984, o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e mobilizá-las pela humanização do mundo.

17- Por quem os sinos dobram (Ernest Hemingway)


O livro narra a história de Robert Jordan, um professor de espanhol de origem americana que trabalha como voluntário durante a Guerra Civil Espanhola ao lado dos republicanos, e recebe a missão de explodir uma ponte. O título é de um poema do escritor inglês John Donne. Mais que um livro sobre a guerra e seus horrores, a obra trata da condição humana e a que absurdos a mente está sujeita durante um conflito de proporções gigantescas. Hemingway criou ainda um dos finais mais emocionantes da história da literatura.

16- A insustentável leveza do ser (Milan Kundera)



Quatro personagens protagonizam essa história: Tereza e Tomas, Sabina e Franz. Por força de suas escolhas ou por interferência do acaso, cada um deles experimenta, à sua maneira, o peso insustentável que baliza a vida, esse permanente exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la.

15- Travessuras da menina má (Mario Vargas Llosa)



O peruano Ricardo vê realizado, ainda jovem, o sonho que sempre alimentou: o de viver em Paris. O reencontro com um amor da adolescência o trará de volta à realidade. Lily - inconformista, aventureira e pragmática - o arrastará para fora do pequeno mundo de suas ambições. Ricardo e Lily - ela sempre mudando de nome e de marido - se reencontram várias vezes ao longo da vida, em diferentes partes do mundo.

14- Germinal (Émile Zola)



O livro conta a história da exploração de um grupo de mineradores ao norte da França. A chegada de um forasteiro com ideais marxistas provoca uma mudança no cotidiano dos trabalhadores, deflagrando um greve pela busca de melhores condições de trabalho e uma condição de vida com o mínimo de dignidade possível. Contudo, à medida que a greve avança os trabalhadores vão percebendo as desvantagens de tentar bater de frente com a classe dominante, e o forasteiro vê como o cotidiano e o status quo podem ser um empecilho à conscientização das classes menos abastadas. Uma trágica história sobre a exploração do homem pelo homem e sua consequente degradação por causa do capitalismo selvagem.

13- O senhor dos anéis (J. R. R. Tolkien)



O mundo está dividido entre aqueles que já leram O Senhor dos Anéis e aqueles que ainda não leram. Assim a crítica resume a importância e o alcance da obra de Tolkien. Uma metáfora perfeita sobre as duas grandes guerras enfrentadas pelos europeus na primeira metade do século XX e uma extraordinária história de superação. Tolkien criou uma nova mitologia, com lugares e linguagens próprios, comparada à mitologia dos gregos e romanos, que se torna uma obra-prima atemporal.

12- Equador (Miguel Sousa Tavares)



Primeiro romance do escritor português, o livro tem como pano de fundo um dos acontecimentos mais importantes da história da humanidade: a exploração colonial portuguesa. A história em si gira em torno do protagonista Luís Bernardo, que é escolhido para ser governador da distante ilha de São Tomé, um lugar perdido em meio ao oceano. Lá ele conhece o amor e a solidão que, junto com as condições climáticas locais, o levam a uma degradação psicológica com consequências trágicas.

11- O falecido Mattia Pascal (Luigi Pirandello)



Filho de uma família rica que perde tudo após sofrer um golpe, Mattia Pascal leva uma vida extremamente humilde. Um dia resolve ir ao cassino na cidade e aposta o pouco que tinha. Com sorte ele ganha um pouco de dinheiro e no retorno para casa vê num jornal que haviam encontrado um corpo cujo falecido se chamava justamente Mattia Pascal. Aproveitando a oportunidade, Mattia resolve fugir para longe e muda completamente de vida, inclusive o nome, passando a se chamar Adriano Meis. Contudo, com o passar do tempo ele percebe o seguinte: aquilo que no início parecia uma porta aberta para a sua liberdade trouxe consequências cujos pesos e responsabilidades não se diferenciavam nada da sua vida passada. Um romance genial sobre a busca pela identidade e a afirmação do indivíduo como ser humano.

10- On the road (Jack Kerouac)



Considerado a bíblia da geração beat, o livro narra a história de dois rapazes e uma garota que colocam a mochila nas costas e botam o pé nas estradas dos Estados Unidos em busca de aventuras. O livro retrata como nenhum outro as loucuras e os exageros de uma geração que experimentou a liberdade como nenhuma outra jamais fez ou tem feito. Poesia, música (jazz), drogas, sexo, tudo que rotulou as décadas de 60 e 70 num livro único.

9- O evangelho segundo Jesus Cristo (José Saramago)



O romance de José Saramago conta a história da vida de Jesus Cristo a partir de uma visão moderna e crítica da religião. Quem foi Jesus? Homem ou santo? Relacionou-se com Maria Madalena? Teve medos? Saramago conta a história mais famosa do mundo a partir da perspectiva do próprio protagonista. Deus age correto ao condenar o próprio filho? O diabo é mesmo culpado por tudo de errado, antes e depois da vinda do messias? Uma metáfora magnífica, a história de Cristo contada de forma poética e incomparável. Um livro que permanece na mente por toda a vida.

8- Os miseráveis (Victor Hugo)



A obra do autor francês conta a história de Jean Valjean, um homem que foi condenado a trabalhos forçados por ter roubado um pão para matar a fome dos filhos de sua irmã. Após ser libertado o homem procura abrigo numa igreja e é abrigado por um bondoso padre. Mas o homem não resiste à tentação e foge, levando toda a prataria da igreja. Capturado pela polícia e levado perante o padre, o religioso diz à polícia que havia dado a prataria para o homem. Após esse ato de misericórdia, a vida do homem se transformará e ele fará de tudo para ajudar as pessoas, embora ainda seja perseguido por sombras do passado. Além de cativante, o livro é um dos retratos mais fiéis do período mais revolucionário da história da humanidade: A Revolução Francesa.

7- Judas, o obscuro (Thomas Hardy)


Até que ponto uma inteligência acima da média que beira à genialidade garante uma posição confortável na vida em sociedade? O livro de Thomas Hardy conta a triste história de um homem que, apesar de seu conhecimento e de todos os seus esforços em busca da sabedoria, passa a vida na penúria juntamente com sua esposa e filhos. Uma verdadeira tragédia grega do século XX.

6- O grande Gatsby (F. Scott Fitzgerald)


O livro é considerado o clássico norte-americano sobre os anos mais prósperos dos Estados Unidos, os anos 20 ou a Era do Jazz. A obra conta a história de Jay Gatsby que, com o fim da guerra, se dedica a enriquecer para reconquistar a mulher da sua vida, Daisy. Enquanto servia na guerrra, ela casou-se com o insensível, mas extremamente rico, Tom Buchanan. O enredo gira em torno de todos os esforços feitos por Gatsby para encantar e trazer de volta sua amada, tendo como pano de fundo um dos períodos mais grandiosos da economia americana. Um conto de amor num mundo de extravagância, riqueza, luxúria e tragédia iminente.

5- Enquanto agonizo (William Faulkner)


A incrível história de uma pobre família americana cuja obsessão é atender ao último pedido da mãe: enterrá-la em sua terra natal. Com seu caixão nas costas, eles vão atravessar uma longa distância do território dos Estados Unidos, num cortejo enlouquecedor e - como diz o próprio título - agonizante. A verdadeira odisseia do século XX. Um livro inquietante e perturbador.

4- O idiota (Dostoiévski)


O livro narra a história de Míchkin, uma mescla de Cristo e Dom Quixote, cuja compaixão sem limites vai se chocar com o desregramento humano e a ambição da sociedade russa do século XIX. Num mundo obcecado por dinheiro, poder e conquistas, a obra revela ao leitor que não há lugar no mundo para os puros de coração. O sanatório acaba muitas das vezes sendo a única saída.

3- O pai Goriot (Honoré de Balzac)


O livro faz parte da grande obra de Balzac conhecida como A Comédia Humana, em que ele retrata toda a falta de escrúpulos que um ser humano é capaz de fazer em sua frenética busca pela ascensão social. Em O pai Goriot, temos a triste história de um comerciante de origem humilde que gasta todas as suas economias para casar as duas filhas com senhores advindos da nobreza. Apesar de todos os seus esforços e amor pelas filhas - e após realizar o casamento de ambas - ele acaba vivendo sozinho num quarto de pensão, uma vez que elas o consideram humilde demais para frequentar a alta sociedade. Uma obra que mostra como as aparências sociais e o jogo de interesse podem corroer os valores mais dignos do ser humano.

2- Os Maias (Eça de Queiróz)


A trágica história de duas gerações da família Maia. A primeira representada por Pedro da Maia que, contra a vontade do pai, casa-se com Maria Monforte. Romântico e fraco, ele é abandonado pela mulher que foge com um italiano, levando a filha e deixando o filho com seu pai. Instável emocionalmente, Pedro comete suicídio e caberá a seu pai, Afonso da Maia, a criação de Carlos, o filho de Pedro. Os anos passam e o romance toma como epicentro o amor incestuoso do jovem casal Carlos e Maria Eduarda. Sem saber que são irmãos, o casal se conhece quando Maria Eduarda, filha de Pedro, volta a Portugal. O chocante para a sociedade portuguesa na época da publicação da obra é que, mesmo após descobrir que Maria era sua irmã, Carlos não conta nada para ela e continua a relação de amantes. Além de um marco do Realismo, o livro também mostra a decadente sociedade portuguesa do final do século XIX.

1- O estrangeiro (Albert Camus)


Todos nós, algum dia, por alguma razão, já nos sentimos como seres não pertencentes a este mundo. A obra do filósofo e romancista francês mostra o quão absurdo a vida pode ser. Um homem a troco de nada mata um árabe. Durante o interrogatório, ele diz não saber por qual motivo fez aquilo, o que deixa todos revoltados e lhe rende a condenação à morte. Mas o que eles não sabiam é que ele estava sendo sincero, pois a vida na maioria das vezes não tem mesmo razão de ser. Como não sentia remorso e era considerado misantropo, na visão daqueles que o condenavam ele representava uma ameaça para a sociedade.

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